terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

ÉVORA: Familiares de idoso acusam hospital de negligência

Os familiares de um idoso, de 71 anos, falecido no passado sábado, acusam o Hospital do Espírito Santo, em Évora, de negligência, noticia hoje o Correio da Manhã. Segundo o jornal, o septuagenário foi assistido na unidade com graves problemas respiratórios, mas ao fim de duas horas foi-lhe concedida alta. Treze horas depois não resistiu a nova crise e faleceu. A autópsia determinou um edema pulmonar agudo como causa de morte. A família considera que deveria ter havido uma avaliação mais cuidada e um maior período de observação. O Correio da Manhã dá conta que o Hospital do Espírito Santo já tomou conhecimento da situação, estando agora em averiguações internas.

7 comentários:

Anónimo disse...

Ai há uns dias neste espaço falou-se dos idosos e da falta de tempo que as familias tinham para fazer pelos mesmos.

Pois bem acho que esta noticia retrata bem o que se passa na nossa sociedade. Mais uma morte em hospitais. E a familia já se veio queixar. Não digo que estes não estejam a sofrer com a perda do ente querido mais o que mais existe por ai, é familias que se estão a borrifar para os velhotes e para eles são apenas um peso nas suas vidas. Depois quando estes acabam por morrer em casos como este, as familias vem-se fazer de vitimas a requerer indeminizações.

impulsos disse...

Concordo em parte com o que diz ali o anónimo...
Trabalho num hospital e todos os dias assisto e participo em autênticos filmes de terror, tanto pela quantidade de utentes que procuram as urgências por tudo e por nada, como pelo volume de trabalho que nos é exigido. Muitos casos urgentes, deixam de o ser, por haver outros bem menos urgentes, quase banais, que os fazem esperar...

Beijo

Zé do Cão disse...

Com a devida venia ao bloguista Templo do Giraldo, atrevo-me , dando uma opinião e pegando nas palavras do anónimo das 18,45.
Na realidade fui eu Zé do Cão, que falei nas indemnizações.
Lamento profundamente a morte do senhor, que teve o azar de ser levado ao Hospital e segundo a família não o trataram convenientemente, ocasionando a sua morte.
Por aquilo que tenho lido e ouvido,
em Portugal já não há justificação
para se deixar morrer alguém. Todos sabemos que temos de morrer, que as doenças são na maior parte das ocasiões as suas causas. Também acredito que haja uma ou outra negligencia medica. Porque não? Se
Serralheiro por negligencia dá uma martelado num dedo, o Serrador fica sem uma mão, o lenhador dá uma machadada num pé, o empregado de escritorio engana-se e tem uma borracha para apagar etc,etc,
também o médico por qualquer razão pode errar e pode ocasionar uma morte.
Todavia já me cheira a esturro tanta negligencia. Qualquer "barrebotas" atreve-se a acusar um médico de neglicencia, sem como todos sabemos ter competencia para o fazer. A Medicina, é uma ciencia
por vezes falível e a hora de defunto também chega.
Vou contar aqui, muito simples um caso de que tive conhecimento que demonstra bem quanto tenho razão.
Um velhota foi acompanhada de um familiar a um Centro de Saúde, onde este teve o cuidado de participar à médica que a doente era alergica, entre muitas outras coisas ao Magnésio. Foi-lhe ministrado um medicamento, que na bula indicava ter uma ínfima de magnésio. A senhora decorridos uns dias teve uma trombose, sendo feita uma queixa contra a médica, acosando-a de ser a causadora daquele efeito e pretendiam responsabilidades severas contra a mesma, falando mesmo em indemnização. Foi feito um inquerito e quis o caso que tivesse lido a resposta da médica. Que a grosso modo, era esta.
1º A grande maioria dos comprimidos têm magnésio que serve para cobrir o mesmo, de outra forma desagregava-se. Qualquer sopa de legumes contem mais magnésio do que uma caixa de comprimidos. E todos os doentes comem soupa de legumes, sendo mesmo um dos pratos que se servem nos hospitais.
E que a hipotética alergia não poderia ser a causadora de uma trombose, porquanto isso regula-se por outros mecanismos.
Depois de analisado o processo foi arquivado, tendo sido dado razão á médica, acontece que a senhora doente, também faleceu, por ter chegado a sua hora.
E por aqui me fico

Anónimo disse...

Espero nunca ser velho.Uma vida de trabalho,de exploração,de baixos salarios,de miséria e no fim a morte estupida.

Anónimo disse...

Pois é impulsos,

as pessoas recorrem as urgências porque o nosso governo teve a brilhante ideia de fechar os centros de atendimento permanente, os centros de saude, as urgências hospitalares nos concelhos, dai as pessoas recorrerem as urgências.Os velhos não dão lucro ao governo, são um encargo. Logo o que arguemntas tem a sua verdade na lógica do lucro que é a saude.

Mas com os aumentos das taxas moderadoras, das analises e consultas não à bolsa que aguente.

Zé do Cão disse...

Antes de ír para a caminha e porque o Blog tem a sua origem em Evora, cidade que muito admiro e pela qual tenho um carinho especial, resolvi passar por aqui, para ver os desenvolvimentos e opiniões sobre o post.
O Anónimo das 21,45 faz considerações muito válidas que merecem da minha parte alguns reparos.
Em primeiro lugar e antes de as fazer, quero aqui esclarecer os meus amigos(se é assim que me consideram)que nada tenho a ver com a saúde, a não ser a minha e dos meus familiares. No que me diz respeito sou um homem perfeitamente são, nunca fui ao médico, ainda tenho os dentes todos e não foram comprados. No que respeita a politica, já me fiz entender no post anterior.
Portanto estou perfeitamente à vontade para fazer considerações mas não tenho pretensões a ser o dono de toda a verdade.
Todas as mortes são estupidas, mas são inevitaveis, é a vida.
É verdade que fecharam centros de saúde a partir de certas horas. É verdade que fecharam o atendimento permanente e as urgencias hospitalares nos concelhos. Também é verdade que a partir de certas horas não justificava por desnecessário estar um centro de saúde aberto para atender uma dor de dentes ou outra menos grave. No fundo tudo na vida dos tesos (e quer queiramos ou não, Portugal é um País teso e que por isto e aquilo não tem medicos que cheguem)
tem de ser racionalizado.
Dou um exemplo que engloba também um chamado hospital concelhio e dá o panorama total ao que pretendo.
O Centro de Saúde de Palmela, trabalhava no hospital daquela Vila.
O movimento noturno/médio era de 2,1/2 pessoas por noite. Todos nós portugueses, pagavamos para de noite estar ali de serviço, 1 médico, um enfermeiro, 1 segurança, 1 administrativo. E nalguns casos tinham dois movimentos diarios, sendo a mesma pessoa a utilizar o serviço, porque doendo-lhe um dente
voltava porque ainda não lhe tinha pasado a dor. Se por acaso houvesse efectivamente um caso urgente, o paciente tinha imediatamente que marchar para Setúbal, dado que o Hospital Concelhio não estava preparado para tal. Aqui está dada
a resposta que para para assentar em 85% dos casos. Sobre as taxas moderadoras, mais de 90% dos reformados, não as pagam porque estão isentos. Por tanto não vale a pena bater em teclas que desalinham.
Uma vez tive um problema num braço e necessitava de fisioterapia, Passaram-me a credencial e foi a um centro para fazer a dita. Como não estava isento pediram-me 60 euros.
Fiquei boquiaberto e não quis. 8 dias depois estava bom e poupei os 60. Se estivesse isento, fazia e no fundo o que estava a fazer era encher a peida ao Fisioterapeuta porque não afinal tratei-me e a segurança S. a pagar,
Tenho dito

Anónimo disse...

Para quando um tribunal para os idosos?
À semelhança do tribunal de menores, deveria ser criado um tribunal de idosos.
À semelhança dos menores os idosos estão cada vez mais vulneráveis e dependentes. São pois presas fáceis para os filhos sem escrúpulos que lhe sugam as reformas, deixam-nos abandonados nas urgências e enfermarias e nunca ninguém os acusa de negligência. Porquê? Porque não se participa e pune uma família que não cuida do seu "velho"?